Abandono Materno. Julgo procedente.

Relatório
Ontem eu ouvi o dia inteiro a minha mãe reclamar, xingar, dar uma de "dona da verdade" e menosprezar o meu "padastro", pai do meu irmão.  Esse cara se tornou um submisso total,  nem parece mais aquele demônio que eu lembro quando eu era menor. Eu também não tenho raiva dele,  desconfio seriamente que ele também teve grandes problemas familiares quando menor.  Enfim, ver esse cara um escravo me da uma sensação estranha.  Se minha mãe conseguiu fazer isso com ele,  quem dirá comigo. Se bem que ele vive às custas da minha mãe.  Ele não procura emprego,  raramente arruma uns bicos, por isso ele deve conseguir suportar toda aquela humilhação sem reclamar.  Mas eu já não estava mais conseguindo ouvir aquele inferno em forma de voz.  Desde cedo até as 18 horas ela não parou com aquilo,  eu tentei com todas as forças ignorar o que ela estava falando, até que conseguia por uns 3 minutos,  mas dai eu já começava a sentir ódio de novo porque aquela voz infernal reclamando o dia inteiro não parava. Cara, quando eu digo que era infernal, não è exagero, eu já estava achando que estava no inferno.  Eu já tava com tanto ódio, desde cedo sem falar nada,  que segurar esse ódio dentro de mim estava me fazendo perder a lucidez,  eu tava ficando fora de mim,  ainda mais porque eu estava tentando estudar,  pois estou em semana de provas. A minha vontade era sair explodindo os dois no murro. Era muito ódio.  Até que eu não aguentei e falei duramente ela "Cala boca demônio, já estou o dia inteiro ouvindo essa sua voz do capeta esperando vocé parar de falar e você não para. ". Isso só piorou a situação.  Ela começou a me xingar,  falando um monte de bosta "Não faz nada aqui em casa e quer dar uma de juiz pra ficar me julgando". Eu fiquei com tanto ódio dela por essa frase.  O tanto de coisa que eu vinha fazendo pra tentar salvar essa família não servem de nada. Puta que pariu, eu arrumei praticamente a casa toda sozinho. Fora que já estava a 14 dias estudando de 9 a 5 horas por dia, e isso não significava nada pra ela.  Eu me lembrei de quando eu comecei a estudar pra concurso, eu estava estudando pra concurso,  fazendo faculdade e trabalhando. Acordava as 5 da manhã e ia dormir meia noite.  Por algum motivo que eu não me lembro, a gente tava brigando,  e eu disse pra ela que eu nunca dei trabalho algum pra ela, que ela não tinha motivos pra querer me prender da forma que fazia,  além do que eu estava me preparando pra concursos e falei pra ela da minha rotina. Ela veio me dizer que eu fazia pouco,  que eu deveria era acordar as 4 e ir dormir as 1 da manhã estudando.  Eu fiquei com aquilo na cabeça e passei a acreditar que de fago eu estava fazendo muito pouco. De um tempo pra cara ela sempre faz isso, alega que eu estou dando uma de deus pra ficar julgando ela, que os erros dela não sou erros, e sim motivos pra que as pessoas admirem ela. Nessa hora eu queria chorar.  De fato,  eu comecei a chorar de ódio.  Eu não aguentava mais,  foram 21 anos que praticamente TODOS os dias da minha vida eram assim,  tendo que aturar esse tipo de comportamento, e comportamentos bem piores.  Ontem eu estava com vontade de morrer. A única forma que eu consegui enxergar era abandonar ela.  Mas isso era difícil pra mim, carregar o peso de abandonar uma mãe. Por isso,  eu fui pesquisar no google sobre pessoas que abandonaram a mãe.  Encontrei muita coisa irrelevante,  mas uma coisa me chamou a atenção.  Um comentário de alguma falando sobre sua "mãe narcisista". Eu não sabia o que era isso.  Foi então que eu pesquisei sobre e fiquei pasmo ao ver o que tinha descoberto: eu sou filho de uma mãe narcisista.
Eu fiquei tão chocado com isso e a quantidade de pessoas que passavam pelo mesmo problema. Eu achava que só eu passava por isso,  e encontrar pessoas iguais a mim foi  grande alívio.


Fundamento

https://filhasdemaesnarcisistas.com.br/perfil-da-mae-narcisista/
https://youtu.be/-3id4dyjSSg
https://youtu.be/6p-v0RoFbAU

Dispositivo: 
Julgo parcialmente procedente a r. decisão, para torná definitiva.
1) Está vedado o desrespeito para com ela, bem como a submissão psicológica a ela. Deverás impor limites à atuação dela, estando autorizado a se valer de severidade. Vedado também está o debate e enfrentamento com ela. Fica como seu dever apenas não ouvi, desconsiderar absolutamente o que ouvir dela.
Julgo improcedente a r. decisão no tocante ao abandono familiar. Seu irmão nada ter a ver com isso. Talvez ele seja a maior vítima disso tudo. Ele não apresenta sintomas de narcisismo. Portanto, não o abandone.

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